O presidente da Assembleia Nacional considerou o deputado Raul Danda "um digno filho de Angola que cumpriu sempre com zelo e dedicação o mandato que lhe foi conferido pelo povo”.Na mensagem, escrita no livro de condolências, Fernando da Piedade Dias dos Santos qualificou Raul Danda como "um combatente da paz e reconciliação nacional, que, infelizmente, nos deixa numa altura em que ainda tinha muito para dar ao nosso país”.O líder do Parlamento angolano reconheceu que o deputado soube respeitar a diferença e contribuiu para a unidade nacional, defendendo as convicções políticas e partidárias com respeito, determinação e equilíbrio.
O director do Gabinete de Acção Psicológica e Informação do Presidente da República, Norberto Garcia, lembrou o tempo em que foi colega de Raul Danda no espaço "Revista de Imprensa” da TV Zimbo. Apesar do "mau momento vivido” na última vez em que estiveram juntos frente a frente, Norberto Garcia garantiu que nunca andaram de costas viradas. "Perdemos, verdadeiramente, um lutador pela actividade democrática no país”, concluiu.
O presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, partido que Raul Danda representava, disse que o falecido "era um político de convicções profundas e solidário”, que tinha ainda muito para dar à sociedade. Liberty Chiyaka admitiu que a capacidade de intervenção política fica reduzida com o passamento de Raul Danda."A morte do deputado Raul Danda apanhou todo o mundo de surpresa. Ele não foi apenas um deputado, mas um mentor de outros deputados”, disse o líder da bancada da UNITA, para quem Danda foi daqueles políticos que "sempre se doou para apoiar os outros”.
Revelação de Chivukuvuku
Para o político Abel Chivukuvuku, Angola perdeu um cidadão comprometido com as causas do país e a UNITA um grande militante. "Eu perdi um amigo, para quem tinha uma espécie de dívida moral”, afirmou, revelando que foi ele quem, em 1982 ou 1983, foi buscar Raul Danda e outros jovens de Cabinda, em Kinshasa, mobilizando-os para a causa da UNITA."Foi assim que Raul Danda entrou na UNITA e tornou-se parte da causa. Tenho uma dívida com Raul Danda, porque fui eu que o meti na vida política quando ele ainda era um jovem estudante, em Kinshasa. É por isso que sinto a dor de ter perdido alguém que, de qualquer das formas, foi produto do meu trabalho”, disse.