A literatura de Angola tem suas origens no século XIX. A diversidade da cultura angolana é refletida na diversidade de sua literatura, que tradicionalmente tem sido combativa e satírica. Como Angola foi uma colônia de Portugal, é um país lusófono.
Antes da independência de Angola em 1975, já havia uma produção literária no país. No entanto, o movimento que conferiu ao homem africano o estatuto de soberania surgiu por volta de 1950, gerando o movimento dos “Novos Intelectuais de Angola”. Esses escritores frequentemente abordavam temas como preconceito, dor causada por castigos corporais e sofrimento pela morte de entes queridos. A palavra literária desempenhou um papel importante na superação do estatuto de colônia, ecoando o grito de liberdade de uma nação por muito tempo silenciado, mas nunca esquecido.
No século XIX, durante o período de intensificação do colonialismo português, a literatura era usada como um instrumento de expressão da dominação cultural colonial. Essa literatura colonial tinha em comum a perspectiva de exotismo, evasionismo, preconceito racial e reiteração colonial. Os escritores brancos, colonos ou viajantes eram os protagonistas, e quando personagens negros eram incluídos, eram avaliados superficialmente, de modo exógeno, folclórico e etnocêntrico. Essa literatura carregava o projeto de assimilação e aculturação dos nativos, subordinados à metrópole. Entre os escritores dessa época, destacam-se José da Silva Maia Ferreira e António de Assis Júnior. Este último, apesar de pertencer à literatura colonial, expressou a dualidade cultural angolana em suas obras, sendo considerado o fundador do romance angolano.
Em contraposição a essa literatura colonial, um movimento literário propriamente angolano se formou por volta de 1940. A publicação do “Boletim Mensagem” (1948-1964), pela Casa dos Estudantes do Império, proporcionou um espaço de desenvolvimento cultural e artístico para a juventude africana lusófona que habitava temporariamente a metrópole. Assim, a literatura angolana continuou a evoluir, refletindo a rica diversidade cultural do país.