O ativista angolano Benedito (Dito) Dalí, um dos organizadores da manifestação prevista para hoje impedida pela polícia, classificou como "um terror" a ação das autoridades a impedir a ação de protesto.
Uma situação de terror que estamos a viver aqui, um verdadeiro estado político, que este regime institucionalizou neste país, que não permite que as pessoas se manifestem livremente face ao descontentamento", disse à Agência Lusa Dito Dali, sobre a manifestação que tinha como objetivo reivindicar melhores condições de vida para os cidadãos e a marcação de uma data para as primeiras eleições autárquicas.
Segundo o ativista, um dos rostos do conhecido grupo 15+2, detidos e julgados em 2017, os manifestantes foram afastados, depois de terem conseguido chegar próximo ao cemitério de Santa Ana, local marcado para a concentração.
Estamos aqui num bairro onde nos escondemos, mas estamos a sair para poder ler o manifesto e apelar ao pessoal para que voltem para as suas casas", referiu Dito Dali.
Para o ativista, "o essencial já foi conquistado", porque conseguiram "deixar a máquina desesperada".
Movimentaram a máquina de Estado por causa de uma simples manifestação", frisou Dito Dali, realçando que "há vários detidos, alguns feridos", entre quais o ativista Nito Alves, que se encontra a receber assistência no Hospital do Prenda.