Em causa está a Estratégia de Captação do Mercado de Jogos Sociais, documento aprovado pelo Governo em finais de Junho, conforme despacho a que a Lusa teve acesso e que desde logo admite que o quadro económico e social angolano "impõe a intensificação do processo de diversificação das fontes de financiamento do Estado".
Dessa forma, fica previsto que a receita gerada pelos jogos sociais vai permitir apoiar "políticas sociais públicas, projectos comunitários ou investimentos de conservação de locais históricos".
Para o efeito, a Empresa Nacional de Lotarias de Angola, entidade que era responsável pela fiscalização da actividade de jogos sociais, foi já extinta em 2014, substituída pelo Instituto de Supervisão de Jogos (ISJ), como "única entidade em Angola com competências em matéria de jogos".
No documento, o Governo angolano prevê que seja lançado pelo consórcio, ainda em moldes a definir, jogos sociais desde a lotaria, nacional e instantânea, ao loto, totobola, totoloto, totogolo, raspadinhas, passando ainda pelas apostas hípicas e o "angomilhões".
"A constituição da solução empresarial do tipo consórcio proporciona a elasticidade necessária para que o seu formato empresarial evolua de acordo com as circunstâncias e a evolução do negócio", lê-se no documento, entretanto aprovado por decreto assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
No caso do totobola, trata-se de uma reintrodução, depois da instituição do jogo em Portugal, em 1961, ter sido alargada às então colónias portuguesas, nomeadamente Angola.