Na última semana, no dia 5 de novembro, o rapper T.I. declarou algo - no mínimo - polêmico. Durante o podcast Ladies Like Us with Nazanin and Nadia, o músico afirmou que quer assegurar a virgindade de Deyjah Harris, filha de 18 anos dele. Para isso, leva-a ao ginecologista todos os anos para garantir que seu “hímen esteja intacto."
A adolescente ficou bastante constrangida com a situação. Não fez declarações sobe isso, mas deixou de seguí-lo nas redes sociais e curtiu comentários críticos à atitude do músico. No podcast, porém, o rapper garantiu que a menina não se importa que o médico diga se ela é virgem ou não - ele pergunta para ambos se tá tudo bem. Se ela aceita de boa vontade ou pressão momentânea, não se sabe.
E o mais contraditório nas declarações do rapper são as medidas tomadas em relação ao outro filho dele, de 15 anos, o King. Porque, basicamente, nem há medidas. O garoto - sexualmente ativo - não é alvo da atitude controladora do pai - muito pelo contrário. A justificativa da diferença? "Definitivamente, me sinto diferente em relação a um garoto e a uma garota. Essa é apenas a verdade honesta. Eu não acho que exista um pai por aí que diga algo diferente."
É um dos aspectos mais sexistas de T.I. Mas não é surpresa que ele seja machista - e tenha atitudes erradas em relação a mulheres. É só um reflexo do que acontece em vários locais sociais: fazer o sexo ser, para a mulher, algo vergonhoso, e para o homem, algo necessário.
Comecemos pelo início: o machismo na música. As próprias letras dão vários exemplos disso. De curtas palavras (como xingamentos do tipo "b*tch," ou "v*dia" em português) à frases inteiras de apoio ao machismo (como o trecho de uma música de Eminem, divulgado esta semana, no qual ele apoia Chris Brown depois de ter espancado Rihanna), a estereotipação e sexualização da mulher estão presentes em diversos estilos musicais.