Num pedido de manifestação de interesse publicado na edição de sexta-feira do jornal Notícias, a Empresa Moçambicana de Transporte Marítimo e Fluvial (Transmarítima) explica que a operação se enquadra na restruturação actualmente em curso, na necessidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados à população beneficiária das travessias e reintrodução do serviço de cabotagem.
Porém, na verdade, a venda das embarcações já tinha sido ordenada pelo Presidente da República, há três semanas, aquando da visita ao Ministério dos Transportes e Comunicações. Filipe Nyusi foi confrontado com a existência das dez embarcações paradas, em vários pontos do país, incluindo as que deviam fazer a ligação entre a cidade de Maputo e Matola-rio.
“O vosso ministério esta a tornar-se especialista em aplicar projectos que não funcionam. É preciso irem aos arquivos para identificar quem são esses medíocres que fizeram aquisições sem calcular”, criticou.
Ainda na sexta-feira, confrontado sobre o assunto, o ministro dos Transportes e Comunicações reforçou que as embarcações não estão a operar há anos e algumas já estão avariadas.
“São embarcações, na sua maioria, avariadas e outras que não estão a ser usadas para o fim ao qual foram adquiridas. Para que não percam da vez o seu valor, sem estarem em uso, o Estado decidiu vendê-las”, explicou Carlos Mesquita.
O Estado ainda não sabe quanto vai ganhar com a venda dos barcos, mas Carlos Mesquita garante que o valor será aplicado na melhoria do transporte marítimo.