A morte do grande executor do semba, que deixa um disco de vinil, gravado em 1972, abalou a classe artística nacional. Companheiros de carreira musical e amigos destacam o autor da canção “Panguiami” como um músico que sempre trabalhou arduamente para a preservação do semba.
António Paulino, um dos companheiro de longa data do falecido no agrupamento Os Gingas, afirmou que “a morte de Tony Caetano deixa um grande vazio na cultura nacional, que perde um dos notáveis seguidores do semba”.
“A morte de Tony Caetano caiu-me muito mal pelo facto de saber que ele sobreviveu a um dos maiores massacres da História de Angola, no Zenza do Itombe, um verdadeiro genocídio que abalou a sociedade angolana. Lembro-me como se fosse hoje. Estavam na altura na caravana integrantes dos Gingas, como eu, Tony Caetano e Bangão, quan-do militares da UNITA atacaram o autocarro Kev da Empresa de Transporte Público ETIM que fazia a rota Luanda-Dondo”, recorda António Paulino com lágrimas nos olhos.
O autor de “Pontapé” conta ainda que o empresário musical do Dondo, que na época levava músicos de Luanda para a cidade do Dondo, faleceu durante o ataque ocorrido no Zenza do Itombe, que este ano completa 30 anos.