Marito Arcanjo recebeu do histórico Duia, figura carismática do conjunto os Gingas, as primeiras lições de guitarra na casa da sua irmã, Mana Didi Arcanjo. Muito cedo, o jovem Marito, revelou possuir uma extraordinária capacidade de assimilação, tendo demonstrado uma notável destreza na execução da guitarra, recriando os solos do Franco Luambo Makiadi, célebre guitarrista do Congo Democrático.
Tudo começou no início dos anos sessenta, no Bairro Marçal,mais propriamente na zona do “Kapolo Boxi”, quando Domingos António Miguel da Silva, Kituxe, figura indissociavelmente ligada à fundação dos “Kiezos”, reuniu um grupo anónimo de quatro jovens entusiastas, com propensão natural para a música. Essa pequena formação, queextraía sons de instrumentos artesanais, cedo foi crescendo, tomou forma e começou a animar as noites quentes do Bairro Marçal.
Em 1963, Kituxe convidou Tininho e, logo depois, Aristófanes Rosa Coelho, Adolfo Coelho, dikanza e voz, jovem que assistia com frequência, os ensaios do grupo. Na sequência, Adolfo Coelho solicitou os préstimos de Anselmo de Sousa Arcanjo, Marito, figura que marcou de forma definitiva, a história do agrupamento, “Os Kiezos”.
Marito Arcanjo, genial guitarrista com nome gravado na história da Música Popular Angolana, nasceu no dia 12 de Maio de 1947, em Luanda, e completou 70 anos, no passado Sábado. Marito Arcanjo retornou aos palcos depois de uma longa ausência, para demonstrações simbólicas, em Agosto de 2002 e no dia 9 de Maio de 2010, como figura de cartaz do ciclo de espectáculos dominicais, “Muzonguê da Tradição”, organizados pelo Centro Recreativo e Cultural Kilamba. O cartaz da mais recente homenagem, teve a participação da nova geração dos “Kiezos”, com Manuelito na voz, da banda “Kimbambas do Ritmo”, que acompanhou o cantor e compositor, Lulas da Paixão , e do cantor, Tony do Fumo Filho.