Carlitos Vieira Dias apareceu em palco pela primeira vez em 1966, com o grupo “Angolanos do ritmo”, formação que integrava o seu primo, Aguinaldo Vieira Dias, que o levou depois para o conjunto "Os gingas", do carismático Duia, do qual recordou um espectáculo realizado, ainda nos anos sessenta, no Ngola Cine.
Intérprete, guitarrista e potencialmente criativo, ao nível dos arranjos musicais, Carlitos Vieira Dias teve o privilégio de assistir com frequência, os ensaios do “Ngola Ritmos”, e ouvia o seu pai, o emblemático, Liceu Vieira Dias, nas ocasiões que em que se sentava ao piano. Carlitos Vieira Dias recordou que o seu avô paterno, José Vieira Dias, tocava concertina e piano, factor que contribuiu, por herança genealógica, para a formação da sua personalidade musical.
Herdeiro das experiências rítmicas do conjunto Ngola Ritmos, e das guitarras de Liceu Vieira Dias, Nino Ndongo e José Maria, Carlitos Vieira Dias atravessou, dos anos sessenta até à actualidade, os momentos mais importantes da história da Música Popular Angolana.
Filho de Carlos Aniceto Vieira Dias e de Altina Malheiros José Carlos, Carlitos Vieira Dias nasceu no dia 17 de Novembro de 1949, em Luanda, e ajudou a fundar os mais emblemáticos agrupamentos musicais angolanos, exceptuando os “Águias Reais”, Jovens do Prenda e Kissanguela, e apontou o nome de grandes figuras da música que, ao longo dos anos sessenta, impulsionaram a intelectualidade musical angolana: “Sou da época do Eleutério Sanches, Tonito, Sara Chaves, LillyTchiumba, Garda e seu conjunto, Alberto Teta Lando, Rui Mingas, Vun-Vun e Alba Clington”, recordou Carlitos Vieira Dias.