Um vídeo usado por Israel para sugerir que o tiro que matou a jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, na Cisjordânia ocupada, foi disparado por combatentes palestinos não está ligado à sua morte, mostrou uma investigação da Al Jazeera.
Na quarta-feira, as contas de mídia social do governo israelense, bem como a do primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, fizeram referência a um vídeo que pretendia mostrar combatentes palestinos atirando em um beco em Jenin, argumentando que o vídeo provava que havia uma forte chance de Abu Akleh estar baleado por palestinos, e não por forças israelenses, como testemunhas e Al Jazeera disseram.
No entanto, uma investigação da unidade de monitoramento e verificação de notícias Sanad da Al Jazeera revelou que os combatentes palestinos mostrados no vídeo não estavam localizados perto de Abu Akleh no campo de refugiados de Jenin no momento do tiro.
Sanad geolocalizou o vídeo em uma área de aproximadamente 300 metros (985 pés) de distância de onde Abu Akleh foi baleado, em uma área cercada por prédios residenciais e sem qualquer linha de fogo clara para a localização de Abu Akleh.
O grupo israelense de direitos humanos B'Tselem também conduziu sua própria pesquisa sobre as alegações e divulgou um vídeo na quarta-feira que põe em dúvida a narrativa do exército israelense sobre o assassinato do jornalista.