A ideia de que o pico satisfatório da vida está na total realização material que nos acontece é quase utópica. Estamos certos disso e ainda assim, vivemos como que se esperássemos uma mágica certeza que nos impulsione para basearmos as nossas crenças em torno de uma rotina mais espiritual, mais existencial, mais simples e humana, senão mesmo mais pacífica, tolerante e amorosa. Não precisamos de fazer extenuantes buscas palpáveis para encontrarmos o inesgotável bem que precisamos. É uma grande ilusão pensar que podemos obter inesgotável e satisfatória herança de vida na visão diminuta do mundo que nos envolve, ignorando o nosso mundo interior. A verdade, necessária, é que existe um mundo por descobrir dentro de nós. O que primordialmente precisamos para o nosso enriquecimento está no nosso interior. A necessidade de vida nos olhos cansados e radiantes de quem já muito plantou e colheu, junto com o pouco tempo que lhes resta e a extrema vontade de viver, é um contraste paradoxal e impactante diante daqueles que perdem o foco da urgência de existir simples e plenamente.