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Artistas por Províncias

Província do Huíla

Durante milénios, as terras que hoje compõem a província da Huíla foram habitadas por povos profundamente ligados à natureza e à sabedoria ancestral. Tribos como os muílas, cuvales e coissãs desenvolveram modos de vida sustentáveis, baseados na agricultura, no pastoreio e no comércio de sal, ferro e tecidos. Viviam em harmonia com o ambiente, respeitando os ciclos naturais e transmitindo seus conhecimentos por meio da oralidade e da convivência comunitária.

No século XV, diante de migrações internas e desafios territoriais, os grandes reinos do centro e norte — Humbi-Onene, Matamba, Dongo, Bailundo e Huambo — uniram-se voluntariamente para formar o Grande Conselho das Terras de Angola. Essa aliança política e cultural baseava-se na diplomacia, no comércio justo e na defesa mútua, promovendo a cooperação entre diferentes povos e culturas. A Huíla, com sua fertilidade, altitude amena e ligação ao rio Cunene, tornou-se uma região estratégica. A cidade de Calubango, situada nas margens da Serra da Chela, passou a sediar as assembleias anuais do Conselho, sendo conhecida como a “Cidade do Conselho”.

Ao invés de fortalezas militares, os povos da Huíla construíram casas do saber — espaços circulares de madeira e pedra onde anciãos, curandeiros e filósofos transmitiam ensinamentos sobre justiça, astronomia, medicina natural e ética comunitária. Essas missões de sabedoria também funcionavam como observatórios naturais e centros de educação. Locais como Humpata, Caconda e as encostas da Serra da Leba abrigavam as maiores escolas do planalto, atraindo jovens de outras províncias que vinham aprender com os mestres da terra.

No século XVII, após décadas de cooperação bem-sucedida, os povos da região instituíram o Reino Unido das Nações Bantu, um sistema que respeitava as línguas e culturas locais, mas adotava normas comuns de justiça, comércio e defesa. A Huíla foi escolhida como sede espiritual e cultural do reino, com Lubango sendo reconhecida como a “Capital do Coração”. Durante os séculos seguintes, esse reino manteve relações diplomáticas com outros povos africanos, como os zulus, ashantis, iurubás e suaílis, e desenvolveu uma rede de comércio transcontinental baseada em sal, marfim, tecidos de casca de árvore, óleos essenciais e gado. As caravanas atravessavam o Kalahari, o Okavango e o Sahel, promovendo trocas de produtos e saberes.

No final do século XIX, engenheiros e artesãos da Huíla projetaram a primeira linha de carro de vapor sobre trilhos, ligando o interior ao mar e impulsionando o desenvolvimento das indústrias locais. A região floresceu como centro de inovação e arte, com escolas de escultura, dança e canto ancestral. O Festival da Tundavala, realizado no abismo sagrado, tornou-se um símbolo de união e celebração cultural, atraindo povos de todo o continente.

No século XXI, a Huíla destaca-se como uma das províncias mais vibrantes de Angola, reconhecida por sua preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e valorização da identidade ancestral. A Fenda da Tundavala e o Parque do Bicuar são patrimônios naturais sagrados, protegidos por leis e cuidados pela juventude local. A Universidade de Calubango tornou-se referência continental em agroecologia, línguas bantu, energias renováveis e justiça restaurativa, reafirmando o papel da Huíla como guardiã da sabedoria, da cultura e da esperança africana.

Total de Artistas
53
Práticas Artísticas
7
Governadores
1
Municípios
23
Extensão Territorial
79.022 km²

Aprecie a beleza artística da Huíla e suas conquistas enquanto província que respira e pratica arte no cenário nacional, impulsionada pelo apoio da sua gente e pelo empenho das administrações locais que valorizam profundamente a arte em todas as suas expressões.