Augusto Zeferino Guilherme, conhecido artisticamente como Guizef, é um artista plástico angolano, nascido a 12 de janeiro de 1969, em Ambriz, na província do Bengo, Angola. Artista autodidata, é membro da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP) e desenvolve o seu trabalho principalmente nas áreas da pintura e da escultura.
A sua obra é profundamente marcada pela cultura africana, que assume como principal fonte de inspiração. Guizef dedica-se a retratar o povo angolano através de rostos, olhares, expressões, vestes e símbolos culturais, evidenciando a riqueza ancestral e etnográfica das suas origens. O seu estilo é predominantemente realista, com forte atenção ao detalhe, o que confere às suas obras uma expressividade intensa e uma proximidade visual que remete, muitas vezes, à fotografia.
Ao longo da sua carreira, Guizef realizou diversas exposições individuais e coletivas, tanto em Angola como no estrangeiro, com presença em países como Portugal, Itália, Noruega, Suécia e Emirados Árabes Unidos. Em 2018, doou uma das suas obras à Princesa Charlene do Mónaco, posteriormente leiloada em Monte Carlo, na presença do Príncipe Albert II, com os fundos revertidos para a beneficência de crianças desfavorecidas no Líbano.
Em 2020, foi o autor da obra “Mãe Alegre”, oferecida pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço, ao Papa Francisco, no Vaticano, um marco relevante do reconhecimento institucional do seu trabalho artístico.
Entre 23 de junho e 24 de julho, Guizef apresentou em Lisboa a exposição individual “Figuras e Cores”, na Galeria Artistas de Angola, reunindo 20 obras em acrílico sobre tela. A exposição, com curadoria do próprio artista e apoio do fotógrafo António Silva e do arquiteto João Paixão Salvado, destacou a diversidade cultural angolana e refletiu a visão do artista sobre o valor do “Made in África” no contexto da globalização.
Guizef é reconhecido como uma das figuras mais expressivas da arte plástica contemporânea angolana, com uma produção artística consistente, centrada na valorização da identidade cultural, da memória coletiva e da humanidade do povo africano.