António Guimarães é um comunicador, argumentista, produtor e realizador angolano, amplamente reconhecido no cenário do cinema independente. Nascido a 28 de janeiro, em Luanda, tornou-se uma das vozes mais influentes da nova geração de cineastas, destacando-se pela capacidade de unir narrativa, crítica social e valorização cultural nas suas obras. Formou-se no Isupe (Ekuikui II), onde estudou entre 2013 e 2016, e assumiu funções de destaque como Founder, Director e CEO da Táxisim Gestão de Paradas, além de atuar como Assessor de Comunicação no Instituto Politécnico Privado Santo António do Huambo.
O seu percurso cinematográfico começou em 2015 com o projeto “Fantasma de Abena”. A partir daí, consolidou, juntamente com a produtora TP Films, uma filmografia que inclui “Nós Diabólicos” (2017), “Nascidos no Escuro” (2019), “Seguidor Sem Rosto” e “Onde Está Deus?” (2023), cuja estreia oficial pela Netflix foi prorrogada. Ao todo, produziu cinco filmes, ainda nem todos publicados, através das produtoras TP Films e Cine Life.
António Guimarães defende um cinema profundamente ligado aos valores sociais, morais e patrióticos. Para ele, o audiovisual é uma ferramenta fundamental para preservar a memória e a identidade cultural, transmitindo hábitos, tradições e comportamentos dos povos angolanos. Em várias ocasiões, apelou à criação de obras dedicadas aos 50 anos de Independência Nacional, destacando a importância da juventude e da história coletiva do país. Também encoraja o regresso dos cineclubes aos bairros, aproximando o cinema das comunidades. Considera ainda o Huambo uma província ideal para produções cinematográficas, devido à sua arquitetura histórica e às condições visuais favoráveis.
Segundo o realizador, Angola tem registado um crescimento expressivo na produção de filmes, atingindo uma média de cerca de 50 por ano, o que, acredita, levará a uma melhoria significativa da qualidade. Para os anos seguintes, planeia expandir a sua atuação com novos filmes destinados a festivais internacionais e com uma série televisiva em desenvolvimento. Atualmente a viver em Luanda, António Guimarães continua a afirmar-se como uma figura central no desenvolvimento e fortalecimento do cinema angolano, unindo criatividade, visão estratégica e um compromisso profundo com a cultura nacional.