Toda a história começa há sensivelmente quatro anos, quando a médica Nádia Camate, num gesto desinteressado, procurou presentear um amigo residente em Luanda, curiosamente no dia do seu enlace matrimonial. Foi sobretudo dessa ideia "original” que nasce o grupo.
"Na verdade, a ideia surgiu da necessidade de dar um presente a um amigo do Lubango que reside em Luanda. Ele ia se casar e eu queria algo diferente para presentear esse momento ímpar na vida do casal. Até porque sabia que vinham famílias da Huíla e seria a cereja no topo do bolo, transportar hábitos e costumes dos nyaneka durante a cerimónia”, recordou Nádia Camate em entrevista ao Jornal Cultura, título da Edições Novembro.
Segura e obstinada, conseguiu reunir algumas mais velhas, dois batuqueiros, comprou uns tecidos, mas na altura não tinha batuque e por isso foi pedir ao Frei Marmeliano, afecto à Igreja do Carmo, que emprestasse o do grupo coral.
O batuque foi forrado com tecido e acresceu mais um bidão amarelo de 25 litros para servir de contrabaixo. "E assim foi. O casamento correu muito bem, o noivo ficou muito agradado e, desde essa altura, não parámos mais”, partilhou a interlocutora, que demarca a actuação no casamento do amigo José Pedro como a primeira aparição pública.
Volvidos mais de três anos, o grupo é constituído por dois percussionistas,seis dançarinas/vocalistas e uma directora artística, papel assumido por Nádia Camate. Para além da dança ovindjamba, que é a mais solicitada ao grupo nas suas apresentações, o seu repertório inclui, entre outras, as danças de festas de iniciação masculina (ekuendje) e feminina ( efiko), panga panga e kanunga.