Em declarações ao Jornal de Angola, o também advogado disse que esta situação vai beliscar, de alguma forma, a imagem do partido fundado por Jonas Savimbi. Todavia, acredita que o cenário pode alterar caso o partido resolva este problema o mais rápido possível.
"Porque a UNITA é um partido com vocação para o poder, ou seja, concorre para a tomada do poder político. É um sério candidato à governação do país”, aclarou.
No entender do jurista, tudo isso seria evitado se Adalberto Costa Júnior reconhecesse as insuficiências da sua candidatura à presidência do partido. David Mendes, que já pertenceu à Bancada Parlamentar da UNITA, disse não ter faltado advertência sobre os riscos em que o partido incorreria ao aceitar a candidatura de Adalberto Costa Júnior, "que não reunia todos os requisitos exigidos pelos estatutos para concorrer ao cadeirão máximo da organização”.
"Mesmo no período de campanha, nós fomos advertindo para isso, que um cidadão português não poderia concorrer para a liderança do partido, na medida em que violava a Lei dos Partidos Políticos, os Estatutos da UNITA e o Regulamento Interno Eleitoral do Congresso”, realçou.
Ao permitir o avanço da candidatura de Adalberto Costa Júnior, com a lacuna que apresentava, prosseguiu o jurista, a direcção da UNITA tinha consciência da ilicitude que estava a cometer. "O facto de pedirem para que ninguém, entre os concorrentes, impugnasse o Congresso, é porque havia razões bastante para se crer que as pessoas sabiam da ilicitude deste acto”, frisou.