É uma das duas fotos de capa lançadas este mês (uma segunda imagem de capa mostra uma do grupo, a supermodelo Adut Akech, posando sozinha) e, de acordo com o editor-chefe ganense britânico da Vogue, Edward Enninful, as imagens visam destacar o ascensão dos modelos africanos que moldam a indústria.
No entanto, meu coração afundou quando vi a foto dos modelos. Eu queria adorar, mas a imagem me deixou confuso e levantou dúvidas sobre a execução dessa importante capa.
Por que os modelos são retratados em um quadro sombrio e ameaçador, a iluminação tão obscura a ponto de serem quase indistinguíveis em uma capa destinada a celebrar sua individualidade? Por que estavam todos vestidos de preto, dando um ar fúnebre e uma aparência quase macabra, de outro mundo?
Por que eles usavam perucas estranhamente penteadas? Muitas dessas mulheres usam seus cabelos naturais normalmente e teria sido ótimo ver isso refletido em uma capa celebrando a beleza africana. Além disso, na capa, a cor da pele dos modelos parecia ser vários tons mais escuros do que o tom de pele normal.
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As fotografias foram tiradas pelo fotógrafo afro-brasileiro Rafael Pavarotti, e as imagens – publicadas em inúmeras revistas brilhantes ao longo dos anos – são consistentes com seu estilo visual de apresentar a pele negra de maneira ultra-escura.
"Esta é uma celebração das mulheres, do matriarcado e da beleza das mulheres negras", disse Pavarotti sobre sua primeira capa da Vogue britânica em um artigo que acompanha as fotos online.