Do seu vasto reportório não faltou a interpretação de “Kimbemba”, tema em homenagem ao Presidente Neto. Um dos temas que mais mexeu com os ânimos nacionalistas no período que precedeu a Independência, “Pala Ku mu Abesa o Muxima” também trouxe a nostalgia aos internautas e telespectadores, assim como “Zuateno Milele la Xikelela”, uma homenagem àqueles que tombaram e não puderam ver o país independente.
Lamartine além de artista é militante do MPLA, movimento para o qual cantou nas refregas ideológicas contra os outros movimentos (FNLA e UNITA), como registado em “Etu Tuana Ngola”, onde afirma que o seu movimento era o “certo”. Estamos a falar dos anos agitados da transição para a Independência.
Cantou ainda, naquela fase, “Dipanda Wondo Tula Kia” onde afirma que a Independência está a chegar e agradece a Neto pelo seu empenho. Segundo o autor, esta canção é uma das primeiras de cariz revolucionário, tendo sido gravada três meses depois do 25 de Abril. Lamartine abriu o concerto ao som de “Guia para Libertação de África”, uma composição do amigo, poeta e médico Mendonça, que não escapou ao 27 de Maio de 1977.
Um outro grande momento foi a encenação do movimento das turmas, numa conversa com Cirineu Bastos e o acompanhamento percussivo do colectivo Kufikisa, jovens do Marçal liderados por Jorge Mulumba. As histórias dos bairros Marçal e Indígena foram contadas por Cireneu Bastos e o próprio Carlos Lamartine.