A preparação de uma agenda artística capaz de responder aos anseios da maioria dos farristas da capital, actualmente em confinamento residencial, devido ao surto da Covid-19, é das apostas da direcção do Centro Cultural e Recreativo Kilamba, que já está a perspectivar edições especiais do Muzongué da Tradição, de forma a preservar a essência do projecto.
O gestor do espaço, Estévão Costa, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que embora no momento estejam preocupados com a disseminação do surto e em ajudar a cumprir as medidas para evitar a propagação da pandemia pelo país, também estão a preparar-se para o “dia seguinte” após o fim da Covid-19.
“Actualmente, muitas pessoas estão a sentir-se restringidas. Por isso, queremos estar prontos, e à altura dos anseios destes quando terminar o Estado de Emergência”, disse.
Assim que o país regressar à normalidade das actividades artístico-culturais, o Centro Recreativo Kilamba quer estar pronto para atender os milhares de fãs de “farras de quintal”, com projectos como o Muzongué da Tradição, “que vai ser reprogramado, para cumprir com as expectativas”.
“Queremos aparecer em grande, uma vez que a pandemia impediu a abertura da temporada de espectáculos do Centro Recreativo, marcada inicialmente para os meses de Fevereiro e Março”, justificou, acrescentando que neste momento “a máquina organizativa do Kilamba continua a trabalhar no sentido de criar uma agenda atractiva e dinâmica”.
O objectivo da organização é realizar um mega espectáculo na primeira edição do projecto Muzongué da Tradição, tão logo seja decretado o fim do Estado de Emergência, para satisfazer admiradores e abrir o ano do Centro Recreativo em grande.
“Claro que também sabemos ser necessário alguma ponderação, afinal estamos nos primeiros meses do ano e muita coisa ainda pode acontecer”, adiantou Estévão Costa, para quem tudo depende da evolução dos casos desta pandemia que tem vitimado milhares de pessoas em todo o mundo.
Porém, apesar das incertezas quanto ao combate da pandemia, o gestor tem certeza que “a tradição do Muzongué vai voltar a ser uma realidade em breve e terá capacidade de suprir o tempo de ausência. Por isso, o responsável preferiu não adiantar muitos pormenores sobre os espectáculos. “Ainda é muito prematuro”.