Embora se tenha registado um ambiente calmo e tranquilo nas primeiras horas do dia de ontem, o cenário foi mudando, aos poucos, no período da tarde, quando os grupos carnavalescos e foliões foram às ruas mostrar a comunidade parte da performance apresentada no desfile de mais uma edição do Carnaval de Luanda, cujo acto central foi realizado, na segunda-feira, na Marginal da Praia do Bispo.
Os desfiles, cuja duração depende apenas da “disposição” dos integrantes dos grupos, são uma das novidades deste ano do carnaval de Luanda, implementada de forma a aproximar mais os “fazedores da festa” dos foliões e dos habitantes dos municípios de origem.
A ideia é recuperar as “antigas tradições” da “festa do povo”, pouco valorizadas hoje, devido à questão do tempo de desfile nas comunidades dos grupos, que antes dançavam à terça-feira e tinha apenas a quarta-feira, dia normal de trabalho e para o anúncio dos grupos, para passarem nos bairros de proveniência.
Cumprir a tradição
Por volta das 15h00, o Mundo da Ilha desfilou em compassos de semba até aos habitantes da Chicala. O grupo, que começou a “festa” de rua mais cedo, saiu da sede, junto à base naval da Marinha de Guerra, para os demais pontos. “Depois daqui vamos até ao Ponto Final”, disse António Custódio, presidente do União Mundo da Ilha.
Ontem, quem foi ver o desfile, por curiosidade ou para apoiar o grupo, teve de cumprir uma tradição de anos dos representantes dos ilhéus. Descalçar e sentar num luando para saber mais sobre o Mundo da Ilha. “É uma tradição local. Mostra respeito pelos costumes ancestrais”, informou o líder do grupo com mais títulos do Carnaval, 13, e este ano falou sobre a importância dos transportes públicos.