Emmanuel Zunz se auto-descreve como um “músico frustrado”, mas uma batida de olho nos números da empresa ONErpm, que ele criou nos Estados Unidos e lançou no Brasil, é o suficiente para perceber que essa descrição não lhe faz justiça. Ele pode não ter seguido carreira como instrumentista (estudava violão clássico), mas acabou criando um serviço de negócios musicais que cresce no presente e aponta para o futuro no que diz respeito à distribuição digital e ao gerenciamento de carreiras. Zunz, de 45 anos, está longe de ser um “músico frustrado” ou malsucedido, como a expressão dá a entender: ele talvez seja um dos músicos mais prósperos das Américas na atualidade.
É possível que você não o conheça porque, apesar de ser um operário da música, Zunz trabalha nos bastidores. “É muito difícil ser artista. Eu sempre falo que você não pode ter um plano B. Parei de tocar por causa disso, eu tinha um plano B”, conta o francês radicado nos Estados Unidos, com um sotaque bem leve se comparado ao de muitos de seus conterrâneos. “Meu professor de violão me ensinou: ‘Se você consegue pensar em fazer outra coisa, não vai se dar bem na carreira artística’.”
O plano B de Emmanuel Zunz era uma plataforma que coloca todo o poder nas mãos do artista, uma espécie de painel de controle que permite decidir quando e em quais serviços online lançar uma música, checar números de visualizações e dinheiro arrecadado em cada uma dessas plataformas, criar gráficos e realizar pagamentos para parceiros, entre diversas outras possibilidades viabilizadas pela tecnologia. Há também serviços “humanos”, como a criação de planos de marketing personalizados. A empresa, que começou em 2010 com “duas ou três” pessoas, segundo Zunz, hoje conta com 80 funcionários no país, com escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de um estúdio na capital paulista. Nos Estados Unidos, são cinco escritórios (em Los Angeles, São Francisco, Nova York, Miami e Nashville); o grupo também atua na Argentina, México, Colômbia e Jamaica, e tem operações previstas para a Espanha (ainda em 2018) e países da África (em 2019).