Da sua geração, Zezé Gamboa marca o cinema crítico angolano, e surge como pioneiro de uma cinematografia que analisa a vida social, política e económica do país. À semelhança de Orlando Fortunato - cineasta da primeira geração - Zezé Gamboa preocupa-se com narrativas históricas, além da crítica social. Os filmes "O Herói" (2002) e "O Grande Kilapy" (2012) representam essa faceta da veia cinematográfica do, também, realizador do emblemático documentário "Mopiopio" (1991).
Por esses feitos, a décima primeira edição do Festival Internacional de Cinema de Dakhla homenageou Zezé Gamboa, no sábado, na cerimónia de abertura com a exibição de "O Herói" (2002) e "O Grande Kilapy" (2012), ambos os filmes tiveram como produtor Fernando Vendrell, de nacionalidade portuguesa.
O cineasta recebeu da organização uma estatueta e proferiu um discurso em que destacou a importância do galardão e do festival.
"O Herói" foi gravado numa altura em que o cinema angolano renascia, com o surgimento de três longas-metragens, designadamente "Comboio da Canhoca", de Orlando Fortunato, e "Na Cidade vazia", de Maria João Ganga. A produção de "O Herói" juntou Angola, França e Portugal, uma película com actores angolanos, senegalês e brasileiras, que mereceu um prémio em Sundance, nos Estados Unidos, em 2004.