Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o autor do livro disse que aborda, exactamente, a visão estratégica e diplomática da soberana da Matamba que conseguiu o apoio dos holandeses alguns anos mais tarde, para se defender das ofensivas dos portugueses e os seus aliados, quando estes desejavam ocupar o seu território.
John Bella explica que apresenta no romance a história de resistência e as estratégicas utilizadas pela rainha Njinga Mbande, no sentido de contrapor as ofensivas dos portugueses que se uniram aos adversários de Njinga. No entanto, ressalta, a rainha, que sucedeu o irmão no trono, conseguiu estabelecer outras alianças, na qual conseguiu a aquisição de armamentos sofisticados para enfrentar o poder exército colonial português.
Do género romance, o livro vai ser apresentado pelo poeta e professor de história, Bendinho Freitas. Foi impresso pela Editora das Letras e a União dos Escritores Angolanos (UEA), e foi prefaciada pela escritora e historiadora brasileira Mariana Bracks Fonseca.
Com 504 páginas, numa edição comemorativa ao centenário do poeta, Agostinho Neto, o livro tem a ilustração da capa do artista plástico Nelo Tumbula.
O coordenador editorial da "Editora das Letras”, Trindade dos Santos, sublinhou que dos mais de 208 títulos publicados pela editora, é a primeira vez que um livro atinge o número de páginas, o que trata-se de uma edição muito significativa.
Explicou que este é o terceiro livro de John Bella sobre a soberana do Ndongo e da Matamba, depois de ter brindado os leitores com os livros "Primeiros Passos da Rainha Njinga” editado em 2011, e o "Regresso da Rainha Njinga”, no ano a seguir, tendo este último sido agraciado com o "Diploma de Personalidade de Importância Cultural”, pela União Baiana de Escritores (UBESC), no Brasil, em 2014, em cerimónia decorrida na "Casa de Angola”, na Bahia.
O acto de lançamento, disse, conta com apoio da Administração Municipal de Talatona e visa saudar o 4 de Fevereiro, data do início da Luta Armada de Libertação no país, uma vez que a Rainha Njinga a Mbande é considerada a precursora das lutas de resistência à ocupação colonial.
A actividade, frisou, está a ser promovida pela Direcção de Turismo e Cultura de Talatona com o objectivo de promover o gosto pelo livro e hábitos de leitura entre os munícipes.