Ainda nos dias de hoje continuamos a observar que esta personagem importante da história de Angola continua a ser colocada no lado errado da história. O MPLA ignora o rico contributo de Savimbi que nos gerou uma Angola com a democracia multipartidária, economia dos mercados e identidade africana e a sua integração regional; o contrário da ditadura do proletariado, economia estatizada e do internacionalismo proletário na altura defendidas pelo MPLA.
A vida dum ser humano é o somatório de todo os seus feitos. Ora, se tivermos que olhar só para o lado negativo do Jonas Savimbi, poderemos correr o risco de todos nos alinharmos no diapasão do MPLA e ignorarmos os feitos positivos daquele que, do ponto de vista histórico, não podemos o definir de forma incompleta.
Hoje todos andam curiosos para saber dos motivos legítimos do regresso à guerra e o verdadeiro segredo da morte misteriosa do Jonas Savimbi, exactamente a 22 de Fevereiro de 2002.
Do ponto de vista político não se pode admitir que a morte do Jonas Savimbi foi um acidente. Naquela conjuntura o poder político era resumido e reflectido nos “Excessos”. Com base nisto atrevo-me dizer que do ponto de vista militar o protocolo de Lusaka era encarado como um erro.
É uma pena que quando o MPLA ascendeu ao poder em 1975 o País continuou a viver num regime onde ninguém podia exigir por uma Governação transparente e mais justa para todos os seus filhos. Savimbi não se conformou com a mesma conjuntura, uma atitude que deve ser vista como legítima, pois mesmo se quisermos recorrer a um exemplo bíblico (I Reis 5:1-18) veremos que o Rei Salomão só havia feito acordos com o Rei Hirão naquilo cuja realização estava fora do seu alcance.