José Luandino Vieira nascido aos 4 de maio de 1935 é um escritor angolano de contos e romances.
Vieira nasceu na Lagoa de Furadouro, Ourém, Portugal e era português de nascimento e etnia, mas os seus pais imigraram para Angola em 1938 e ele cresceu imerso nos bairros africanos (musseques) de Luanda. Escreveu na língua própria do musseque, uma fusão do kimbundo com o português. Ele deixou a escola aos quinze anos e trabalhou como mecânico. Dedicou-se à independência de Angola, o que resultou na sua prisão em 1961, após uma entrevista à BBC em que revelou listas secretas de desertores do exército português que lutavam em África. Ele permaneceria na prisão por onze anos.
As obras de Vieira muitas vezes seguiram a estrutura da narrativa oral africana e lidaram com a dura realidade do domínio português em Angola. A sua obra mais conhecida foi a sua primeira coleção de contos, Luuanda (1963), que recebeu um prémio literário de escritores portugueses em 1965, embora tenha sido proibida pelo governo português até 1974 devido ao seu exame da opressão da administração colonial em Angola. Um ano após a publicação de Luuanda, foi enviado para o Campo do Tarrafal por oito anos. [3] Mais tarde, ele foi para Lisboa em 1972 e foi colocado sob vigilância controlada até a revolução dos Cravos. Sua novela A vida verdadeira de Domingos Xavier (A vida real de Domingos Xavier; 1974) retratava a crueldade da administração portuguesa e a coragem dos angolanos comuns durante o período colonial. Outras obras incluem Velhas estórias ("Histórias antigas"; 1974) , Nós os do Makulusu ("A nossa turma de Makulusu"; 1974), Vidas novas ("Vidas novas"; 1975) e João Vêncio: os seus amores ("João Vêncio: Relativamente aos seus amores"; 1979).
Vieira recusou o Prémio Literário Camões de 100 mil euros que lhe foi atribuído em Maio de 2006, invocando motivos pessoais.
Vieira foi ainda secretário-geral do Sindicato dos Escritores Angolanos, e nessa qualidade contribuiu para a publicação de obras de outros autores e poetas angolanos.
A pergunta no ar no mar na boca de todos nós: – Luanda onde está? Silêncio nas ruas Silêncio nas bocas Silêncio nos olhos – Xê mana Rosa peixeira – Mano Não pode...