Rui Augusto Ribeiro da Costa, escritor e político angolano, nasceu a 26 de julho de 1958 em Camabatela, na província do Cuanza Norte, Angola. Estudou Economia na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, e esteve entre os jovens que integraram as forças armadas no fervor da independência nacional. A sua trajetória cultural começou na década de 1980, quando se destacou como membro do Conselho Editorial do jornal Angolê – Artes & Letras e da revista Mensagem, além de ter sido revisor do jornal Angola e editor da revista Mensagem, publicada pelo extinto Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD). Ao longo da década, sua colaboração literária dispersou-se por publicações como o suplemento Vida e Cultura do Jornal de Angola e a revista Archote.
Rui Augusto participou ativamente no 1º Congresso de Escritores de Língua Portuguesa realizado em Lisboa, em 1989, onde sua intervenção sobre liberdade de expressão e criação literária foi amplamente saudada pelo auditório. A sua produção poética inclui os livros A Lenda do Chá (1987), obra inaugural considerada rara, com tiragem de 7.500 exemplares; O Amor Civil (1991); e Colar de Maldições (1994). Além da poesia, incursionou pelo ensaio literário e político, consolidando uma voz crítica e comprometida com os valores fundamentais da cultura angolana.
A partir de 1992, Rui Augusto dedicou-se à vida política como funcionário da Secretaria de Estado da Cultura, vindo a ocupar o cargo de deputado pelo Partido Renovador Democrático (PRD). A sua ação pública e literária revela um percurso marcado pelo diálogo entre política, literatura e cidadania, espelhando o espírito transformador dos anos pós-independência em Angola.
Editora : Instituto Nacional do Livro
Data na Lea : 01-08-2025
Páginas : 78
Desperto sinto como o tempo vem morar em mim Devagar como quando crescemos e se nos apagam indelevelmente no rosto os traços da mocidade ...
São diferentes hoje os olhos com que te abraço a cintura azul Ó mar diferentes também as nossas posturas ontológicas. Hoje sou eu que te tenho ...
Pesada é a bagagem do viajante que vai do não existir ao existir e do existir ao não existir Enquanto me dura essa viagem que outros me doaram como herança ...
