O grupo Extremista Estado Islâmico indicou, nesta segunda-feira, 29, através de agência oficial, que assumiu o controlo da vila sede do distrito de Palma, no Norte de Moçambique, onde dezenas de pessoas foram assassinadas nos últimos dias.
Depois de um ataque à sede de distrito desencadeado na quarta-feira, 24, junto aos projectos de gás que estão em desenvolvimento na região, o grupo fundamentalista Estado Islâmico (Daesh) reivindicou o controlo de Palma, no Norte de Moçambique
A agência oficial do movimento, a Amaq, divulgou imagens da vila e reivindicou a ocupação da capital do distrito, junto à fronteira com a Tanzânia. Não existem informações sobre a situação na vila há vários dias e a capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, tem sido destino de muitos deslocados.
A vila sede de distrito com 42 mil habitantes, que acolhe os grandes projectos de gás do Norte de Moçambique, foi atacada na quarta-feira por grupos insurgentes "jihadistas" que há três anos e meio aterrorizam a região.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes. Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas acções já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou, igualmente nesta segunda-feira, que dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma foram mortos pelo grupo armado que atacou a vila na quarta-feira.